O relator da reforma da Previdência, Arthur Maia (PPS-BA), definiu que adotará uma idade mínima de 62 anos para as mulheres no relatório final da proposta de mudança nas aposentadorias.

A escolha foi anunciada em café da manhã do presidente Michel Temer com a base aliada nesta terça-feira (18). A definição atende a apelo da bancada feminina, que pressionou o peemedebista por uma diferenciação em relação à idade masculina de 65 anos.

A diminuição representa um novo recuo do governo na reforma previdenciária, já que o discurso inicial era de que a idade mínima para homens e mulheres era um dos pontos que não poderia ser alterado pelo Congresso Nacional.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente já havia admitido a possibilidade de redução da idade mínima para as mulheres. "Se tivermos a idade de homem de 65 anos e a de mulher, 64 ou 63, não significa que não tenha sido feita uma grande conquista", disse.

Com a discussão sobre a idade mínima da mulher, o presidente da comissão especial da reforma previdenciária, Carlos Marun (PMDB-MS), adiou para quarta-feira (19) a leitura do relatório final.

Segundo ele, o relator da iniciativa, Arthur Maia (PPS-BA), pediu um tempo maior para fazer os cálculos do impacto da alteração. O adiamento foi definido em acordo com Temer e com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

A leitura do documento foi remarcada para as 9h da quarta-feira (19). Para Marun, o adiamento não causa impactos no cronograma de votação da proposta, uma vez que a expectativa é de que o documento seja votado na comissão especial apenas na semana que vem.

De acordo com o peemedebista, além da necessidade de novos cálculos para introduzir a mudança, 5% do relatório ainda não está pronto. Mesmo assim, Temer manteve nesta terça-feira (18) café da manhã com a base aliada para apresentar o texto incompleto.

Marun minimizou que o adiamento possa causar impacto nas expectativas do mercado financeiro, que esperava a apresentação pública do texto final nesta terça-feira (18).