Embora ainda não saibam a extensão de vítimas nem de cifras obtidas, as investigações da Polícia Federal (PF) mostraram que a atuação do grupo era bem elaborada. Segundo a decisão judicial, os integrantes do grupo seguiam uma hierarquia que utilizava, inclusive, o uso de violência e coação para manter os agentes públicos sob controle.
O esquema era estruturado em forma de pirâmide, em que no topo estavam os líderes e contavam ainda com intermediários e laranjas. O “carro-chefe do grupo era a fraude de seguro-desemprego, por meio de requerimento de falsos benefícios de empresas de fachadas. Posteriomente, a organização contou com a ajuda de hackers para obter senhas de acesso ao sistema do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Em 2014, devido ao cadastro dos registros em um novo sistema, o grupo passou a cooptar servidores de dentro do MTE, que atuavam no Sistema Nacional de Emprego (Sine). Após o requerimento no sistema era realizada a confecção dos documentos do beneficiário, que era feito pelos intermediários. Com os dados, o laranja abria a conta e sacava os valores. Conforme a PF, na ponta final do esquema estavam integrantes da Caixa Econômica Federal, que facilitavam o acesso aos cartões-cidadão para saques e transferências para a conta indicada pela organização.
A PF informou que também investiga a possível participação de empresas na facilitação de dados de funcionários para o grupo criminoso.

Punição

Caso sejam condenados, os envolvidos podem responder pelos crimes de estelionato majorado, organização criminosa, falsificação e uso de documento falsos, lavagem de dinheiro e corrupção ativa e passiva, que juntas podem somar mais de 50 anos de reclusão.