A novela Velho Chico (Globo) chega hoje ao fim. A trama das nove enfrentou altos e baixos ao longo de sua trajetória e termina prometendo muita emoção, mas poucas surpresas em sua história. A morte de dois atores - Domingos Montagner e Umberto Magnani - deve ser lembrada no desfecho, que reserva redenções, mortes, casamentos e, claro, homenagens.

Para terminar a novela sem Domingos Montagner, a direção colocou os atores contracenando com a câmera, como se o espectador observasse tudo pelo ponto de vista de Santo. E no último capítulo, Tereza (Camila Pitanga) vai se casar com o amor de sua vida e ajudará o filho, Miguel (Gabriel Leone), a cumprir a sua missão nas terras de Grotas.

Já casados e longe da aflição de serem irmãos, Olívia (Giullia Buscaio) e Miguel tiram seus sonhos do papel, com filhos e terras produtivas. “A minha torcida era para que a Olívia não sofresse. Imagine a dor dessa menina, com esse amor avassalador que não podia ser vivido”, afirma Giullia Buscaio, que viveu seu primeiro papel de destaque na televisão. “A Olívia seguirá comigo para o resto da vida. Fazer Velho Chico me modificou para sempre”, define a atriz.

Redenção

Além de finais felizes, alguns personagens terão a sua redenção, como Luzia (Lucy Alves). Depois de ajudar Beatriz (Dira Paes) a se eleger prefeita, ela seguirá um novo caminho. “Luzia passou a vida inteira, de uma forma errônea, tentando estar perto da sogra e das filhas. Causou sofrimento a alguns e mentiu. Depois de um tempo, ela viu que havia forçado a barra. Eu acredito que o recomeço na vida dela só é possível se afastando um pouco daquele lugar e daquelas pessoas. Mas ela não perderá o amor da família por isso”, explica a atriz Lucy Alves.

Já o coronel Afrânio (Antonio Fagundes), que passou os últimos capítulos em conflito e cheio de arrependimentos com a morte do filho Martim (Lee Taylor), terá uma virada. Com o desejo de ser um homem melhor, ele corre atrás de Iolanda (Cristiane Torloni) e denuncia os políticos corruptos da cidade, história que culminará na morte do vilão Carlos Eduardo (Marcelo Serrado).

O Rio São Francisco, que batizou a trama e sempre teve papel importante na história, é lembrado pelos atores, que defendem a importância de a novela dar destaque a ele e representar a realidade do País, lembrando que coronéis como Afrânio ainda existem. “Vi na minha infância e, infelizmente, continuo vendo até hoje. Daí a atualidade da trama”, diz Zezita Matos, que interpreta Piedade. “O que mais gostei dessa personagem é que pessoas de todas as classes sociais tiveram ou têm uma mãe ou uma avó parecida com ela. A inspiração vem da minha convivência com as mulheres do meu País, em particular as paraibanas, que lutam por uma vida digna numa sociedade contraditória.”