Brócolis, alface, pimentão, jiló. Qual a mãe que não sonha em ver os filhos devorando um prato de salada com a melhor cara do mundo? Mas apesar dos inúmeros benefícios destes alimentos para a saúde, não é nada fácil fazer os pequenos gostarem de “verde”.

Para manter uma alimentação balanceada e saudável, o jeito é usar e abusar da paciência e da criatividade para inserir a quantidade necessária de vitaminas, minerais, carboidratos e proteínas.

De acordo com a nutricionista Paola Guerra, a partir do momento que a criança dá início à alimentação complementar é necessário prestar atenção no que está sendo ingerido. Segundo a especialista, o ideal é fazer seis refeições diárias, sendo que o café da manhã, almoço e jantar devem conter um item de cada grupo da pirâmide de alimentos. “A partir dos três, quatro anos, a criança vai precisar de uma alimentação balanceada, com carboidrato, que fornece energia para correr, brincar”, explica.

“Proteína, que vai ajudar no crescimento, fortalecimento dos ossos, dos dentes, do cabelo; e vitaminas e minerais, que são fornecidos a partir das frutas e legumes”, complementa, ressaltando que nos lanches entre as refeições, o ideal é escolher dois grupos para compor a alimentação.

Ainda conforme a nutricionista, a dica é agregar valor nutricional às receitas. “Vai fazer um bolo, use cenoura de verdade, acrescente o farelo de aveia, que é rico em fibras; se vai fazer bolinho de arroz, acrescente o verde, que vai ter bastante ácido fólico, mais ferro; na hora de cozinhar o feijão, cozinhe com beterraba”, ensina.

Para Paola, os pais só devem considerar que o filho realmente não gosta de um determinado alimento ao oferecer o produto ao menos dez vezes, de maneiras diferentes. “Meu filho não gosta de tomate, mas o macarrão com molho de tomate ele comeu. Então vamos evoluir e começar a colocar pedaços de tomate no molho para ver se ele vai aceitar”, exemplifica.

Diversão

Outra dica é usar e abusar da criatividade. Que tal fazer um palhacinho de comida para estimular a criança a comer? Com arroz e feijão, Paola fez o rosto do palhaço. O brócolis, fonte de ferro e acido fólico, virou o cabelo do personagem, que também ganhou cor extra com a cenoura, repleta de vitamina A. O tomate também foi usado. Ele contém licopeno, que é um antioxidante. O pescoço foi construído com talo do brócolis, que tem bastante potássio e magnésio, cálcio.

“Eu sempre digo assim aos meus pacientes: Não quero que você coma muito, mas que coloque ao menos duas cores diferentes no prato. Desta forma, a criança vai se familiarizando com o alimento”, ressalta a nutricionista. “E é preciso ter paciência. Nunca obrigar seu filho a comer, mas estimular. Então vale brincar, levá-lo para a cozinha junto com você, para ele se familiarizar com a textura do alimento, a cor do alimento”, complementa.

Alerta

Segundo a nutricionista, é na infância e na adolescência que se aprende a comer direito. Crianças que se alimentam mal são espelhos dos pais. “Você tem que ser exemplo para o seu filho. E o que acontece hoje, por conta desta alimentação não balanceada, é que a incidência de obesidade na infância está cada vez mais frequente. São crianças que crescem com o risco cardiovascular elevado, com colesterol alto”, alerta.

“A maior deficiência da infância é o ferro, que gera a anemia. A criança tem peso ideal para a altura, peso ideal para a idade, mas não tem altura ideal para a idade. Porque provavelmente tem deficiência protéica. Isso acontece muito”, afirma, ressaltando que o melhor remédio é mudar a alimentação.

Dicas

Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida;

Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições;

Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação.