Cejana Neiva
PalmasUm misto de música, poesia, história e cultura popular. O mundo lírico do poeta José Gomes Sobrinho (in memorian), sua visão, suas concepções acerca da vida e de sua realidade serviram de inspiração para a composição do espetáculo Zé, da Barraca Cia de Artes, que estreia hoje, às 20 horas, no Espaço Cultural de Palmas.
A montagem é resultado do trabalho das atrizes Magna Silvia, Poliana Alves, Leidiane Martins, Cinthia Abreu e Iva de Oliveira, e do diretor Nival Correia. Elas conjugaram todos esses elementos para elucidar, através da composição cênica ator-conceito-linguagem, a visão artística de Sobrinho. As pesquisas para a composição envolveram ainda entrevistas com pessoas que participaram ativamente da vida do poeta, como familiares e amigos.
A viúva, dona Gilda Gomes, o neto Luiz Melchiades, e alguns amigos, como Meire Maria, Dorivã e Cleuda Milhomem foram fundamentais no processo, como explica a presidente da Barraca e assistente de direção, Magna Carneiro. “Nas nossas pesquisas tudo se tornava elemento importante para a construção da peça, como uma música que ele gostava de ouvir, um causo, uma melodia que gostava de assobiar, a forma de chamar atenção quando estava nervoso ou trejeitos pessoais”, disse.
O processo de montagem completo foi trabalhado em cerca de quatro meses. “Nos dois primeiros meses, nós focamos a construção de roteiro, incluindo as pesquisas, composição das músicas baseadas nas poesias, e fala dos personagens; e nos dois últimos meses trabalhamos com preparação corporal, musical e ensaios do espetáculo.”
Além da linguagem de cultura popular no teatro de rua, Zé traz uma proposta diferenciada até na execução musical, com instrumentos nada convencionais, como pedaços de telha, azulejo, canos, serrote, martelo, balde com água, pilão e chocalho andino, entre outros.
“É um espetáculo lúdico que dá vida à beleza da poesia através de sons, expressões, coreografias. Trabalhamos com o resgate da cultura popular, mambembe, com espetáculo desenvolvido para a rua. Haverá momentos de diversão, de contemplação e de muita interação com a plateia em um misto de sentimentos”, detalhou Correia.
Ainda de acordo com ele, o objetivo do espetáculo é fazer uma homenagem ao poeta fugindo do trivial, com referências bibliográficas. “Há tantos ‘Zés’ por este País afora, com as suas características e peculiaridades e eles são, de certa forma, registrados na beleza poética trazida no espetáculo.”
Para a atriz Poliana Alves, uma das peças fundamentais do espetáculo, Zé é contar a vida em poesia com um misto de ousadia e superação. “Uma aventura na descoberta do interior de cada um, dos sentimentos e valores que permeiam nossa formação, a lembrança de quem fomos e de quem somos, um mergulho na cultura popular.”
Serviço
O quê: Apresentação do espetáculo Zé e oficinas
Quando: de hoje ao dia 28 de junho (ver programação)
Programação
■ Hoje: Espaço Cultural de Palmas, às 20 horas
Entrada gratuita
■ Amanhã: Escola Municipal Maria Julia A. S. Rodrigues (Região Sul), às 20 horas (oficina das 14 às 16 horas)
Entrada: restrita aos alunos do EJA e comunidade escolar
■ Dia 25: Escola Municipal M. Pacífico Siqueira Campos (Região Norte), às 20 horas
Entrada: restrita aos alunos do EJA e comunidade escolar
■ Dia 26: Centro Juvenil Dom Bosco (Região Sul), às 16 horas
Entrada: restrita aos alunos das oficinas de artes e comunidade
■ Dia 26: Praça Joaquim Maracaípe (Taquaruçu), às 17 horas
Entrada gratuita
■ Dia 27: Canto das Artes (Taquaruçu), às 20horas
Entrada gratuita
■ Dia 28: Parque Cesamar (Região Central), às 19 horas
Entrada gratuita
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