O Itamaraty demonstrou "grande preocupação" e condenou "veementemente" o anúncio da realização "com sucesso", pela Coreia do Norte, de um primeiro teste de uma bomba de hidrogênio, nesta quarta-feira (6).

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores "conclama" o país asiático a "cumprir plenamente suas obrigações perante as Nações Unidas", em referência ao Tratado de Não Proliferação Nuclear, e "insta" a Coreia do Norte a retomar as chamadas "negociações hexapartites"-grupo formado por países como China e Coreia do Sul- sobre a "desnuclearização da Península Coreana".

O Brasil é signatário do tratado em questão, mas não acolheu protocolo adicional a esse documento, que dá mais poderes à AIEA, agência nuclear da ONU, em inspeções de atividades nucleares. O argumento do país é que o texto fere a soberania nacional.

Diversos países e entidades já condenaram a atitude da Coreia do Norte, onde mais cedo foi registrado tremor de magnitude 5,1 em local próximo a instalações nucleares, segundo serviços geológicos internacionais.

Aliado histórico do país, a China afirmou se opor "firmemente" a testes nucleares na região. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, condenou "energicamente" a realização do teste. Em trégua com o vizinho desde 1953 -mas sem tratado de paz assinado-, a Coreia do Sul "condenou com força" o teste.

Os EUA, um dos países que pediram reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para tratar do assunto, afirmaram em nota que vão responder "apropriadamente" a todas as "provocações" norte-coreanas.

A União Europeia e a Agência Internacional de Energia Atômica também já se manifestaram sobre o assunto.