Ramis Tetu

Ramis Tetu
ramis.tetu@gmail.com
Jornal do Tocantins - Sustentabilidade
A economia do cuidar, aproveitar e economizar

A economia inteligente traz resultados pela prática de alguns verbos críticos: cuidar, despoluir, aproveitar, incluir, economizar. E da negação (e substituição) de vários outros: degradar, poluir, explorar, excluir. Este processo gera recursos e soluções aonde via de regra existem problemas, prejuízos e desperdícios. Esta economia sinérgica é sistêmica, democrática, humana, rica e desenvolvimentista. Um contraponto à economia monolítica e predatória, pobre de possibilidades, ideias e ideais, que ainda prevalece no Brasil. A velocidade do processo de conversão do modelo econômico dita o ritmo da nossa evolução. Muito a fazer...

Evolução rural

Esta nova ordem no campo desloca alguns eixos: a bioprospecção substitui a biopirataria; o ecoturismo transcende o tráfico de animais e a caça; o bom manejo de solo e água anula o fogo e a erosão; a biodiversidade supera a monocultura e as invasoras nocivas; o manejo inteligente da vegetação desbanca o desmate; os resíduos aproveitados impedem a poluição.

Evolução urbana

Na melhoria das cidades, as árvores equilibram o concreto, o asfalto e o calor; os parques e praças evitam os hospitais; o saneamento resolve o esgoto; o ônibus, a bicicleta e o pedestre andam à frente do carro; o digital ajuda a mobilidade e o ambiente de negócios.

Evolução política

Na gestão privada e pública, os negócios fortalecem as leis e os princípios; o equilíbrio e a cidadania fream o consumo excessivo, inclusive do poder. Enfim, a solução dos pecados capitais da humanidade – contra os homens e a Terra, torna-se fonte de negócios múltiplos.

Números fortes

Estudos apontam que, ao longo de 20 anos, os gastos com a universalização do saneamento trariam ao país um saldo positivo de R$ 537 bilhões, nas áreas de saúde, turismo, valorização imobiliária, emprego, renda e produtividade. Já na questão do lixo, o Brasil perde R$ 120 bilhões por ano em materiais não aproveitados. E a maioria dos gestores reclamando da falta de recursos ...

Aproveitar é bom

Uma gestão racional é aproveitadora – no bom sentido. Aproveita os resíduos urbanos, industriais e agropecuários; a natureza em suas paisagens e elementos; as espécies, as moléculas e os genes da biodiversidade vegetal e animal; o sol, os ventos, as ondas e marés, a biomassa; a luz e a ventilação natural. Como base para inúmeros negócios de matrizes diversas.

Vantajosa

Assim, ela gera muito mais emprego, renda e desenvolvimento transversal – atingindo positivamente muitos e variados segmentos da economia e de atores sociais. E além disto, reduz ou mesmo zera os impactos ambientais de cada atividade.

Economia ou leis?

As diversas estratégias de gestão e indução econômica devem ser os instrumentos centrais da gestão ambiental, por serem mais eficazes. Por exemplo, crimes ambientais antes de tudo são crimes contra a ordem (e a inteligência econômica). Então, é preciso estudar muito menos leis e muito mais economia e gestão.

Como tudo em sustentabilidade, esta visão econômica pode ser aplicada a qualquer escala: nos lares, quadras, empresas, escolas, cidades e regiões. Por qualquer um. Leia os artigos que tratam dos “Números fortes” no site da Trata Brasil em http://bit.ly/2fcB8q2 e em http://bit.ly/2v2xmmV.

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