Na manhã desta terça-feira, 20, a Polícia Civil de Araguaína ouviu novas testemunhas na investigação no caso do depósito irregular de lixo hospitalar, em Araguaína. Conforme o delegado Romeu Fernandes, são ouvidos funcionários que fizeram a fiscalização no galpão encontrado com toneladas de lixo no início de novembro.

Na última segunda, dois motoristas que seriam responsáveis pelo transporte de lixo hospitalar foram intimados pela Polícia Civil a prestar depoimento, porém não compareceram à delegacia. O delegado explicou que eles seriam os supostos responsáveis pelos caminhões encontrados em um posto de gasolina e nos fundos de um hotel da cidade e podem ser conduzidos coercitivamente.

Também são testemunhas do caso os fiscais que encontraram o lixo no depósito e um frentista do posto onde um dos caminhões foi encontrado. Ele estava abandonado em um posto de combustível e, ao abrir o baú do veículo, foram encontrados diversos galões no padrão dos que estavam em no depósito irregular. A Polícia passou a ter indícios de que o caminhão tem relação com o caso de lixo hospitalar após localizar documentos da empresa responsável pelo caminhão no escritório do ex-juiz eleitoral.

O lixo hospitalar começou a ser retirado do galpão ainda no dia 8 de novembro. Conforme a Prefeitura de Araguaína, já foi feita a limpeza total do local. Acredita-se que o lixo seja de diversos hospitais da região, conforme a Polícia.

Caso

A Polícia Civil ainda está em busca do ex-juiz eleitoral e advogado, João Olinto Garcia de Oliveira, que seria um dos responsáveis pela Sancil Sanantonio Construtora e Incorporadora Ltda. Ele é considerado foragido pela Polícia, já que teve a prisão decretada no último dia 12, além de duas outras mulheres, por suspeita de crime ambiental e organização criminosa, mas até o momento não foi encontrado. O ex-juiz eleitoral é pai do deputado estadual Olyntho Neto.

Também no último dia 12, a Secretaria publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) que suspendeu o contrato com a Sancil até a apuração dos fatos. Outra empresa assumiu a coleta de 13 hospitais.

As falhas no processo de coleta do lixo hospitalar realizado pela empresa Sancil Sanantonio Construtora e Incorporadora Ltda foram apontados em relatório feito por hospitais que eram atendidos pela empresa. Entre os problemas estão as coletas mensais e prestação parcial dos serviços.

Após a polêmica com o caso, o governo decidiu exonerar 12 delegados regionais, dentre eles o delegado responsável pelas investigações em Araguaína, Bruno Boaventura. Com o ato, toda a cúpula da SSecretaria da Segurança Pública decidiu deixar os cargos e um novo secretário precisou assumir interinamente a pasta, na última segunda, 19.

Também na segunda, o Tribunal de Contas do Estado também decidiu inspecionar o contrato do Governo com a empresa investigada, por considerar que há deficiência da Secretaria de Saúde no acompanhamento e fiscalização do contrato até então firmado. 

O deputado Olyntho Neto negou qualquer associação com o caso. Na última segunda, ele deixou a liderança do Governo, mas não explicou os motivos.

Já o pai e a empresa Sancil ainda não se manifestaram.