A empresa Cardiomed que fornece materiais de insumos para o Hospital Geral de Palmas (HGP), desde 2013, estaria adulterando a data de validade dos produtos. Ontem, a Polícia Federal (PF) e a Vigilância Sanitária estiveram na sede da empresa, instalada em uma residência na Quadra 403 Sul, em Palmas, recolhendo materiais para averiguação e interditando o local. A empresa funcionava sem alvará sanitário. 

Com isso, os procedimentos com a utilização dos materiais foram suspensos e ao menos quatro pacientes estão internados na unidade aguardando por cirurgias de cateterismo, angioplastia e arteriografia.

A descoberta da adulteração aconteceu na última terça-feira pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) em insumos que estavam sendo utilizados dentro do Hospital Geral de Palmas (HGP). Um Boletim de Ocorrência (B.O) foi registrado pela Sesau na Polícia Civil. Um dos insumos com suspeitas de adulteração encontrados no hospital tinha a data de validade de 2013 e uma nova etiqueta colada em cima informando a validade até 2017.

Em virtude do fato, a pasta informou que suspendeu os compromissos com a empresa e retirou todos os materiais fornecidos para a perícia.

Em nota, a secretaria informou que lamenta os adiamentos de procedimentos que estavam agendados. Para atender aos caos urgentes disse que irá contatar hospitais privados para que empreste os insumos em falta.

Averiguação

Na manhã de ontem, a Polícia Federal e a Vigilância Sanitária estiveram na empresa para averiguação os fatos. A residência onde a empresa funcionava foi interditada e os materiais foram recolhidos para investigação. Após as autoridades se deslocaram para o HGP para verificação dos materiais que já haviam sido recolhidos do centro cirúrgico, além de levarem alguns exemplares para também serem periciados, um funcionário da Cardiomed, nome não informado, que estava na empresa no momento da abordagem foi levado à Polícia Federal para prestar depoimento.

O advogado da empresa Marcelo Henrique de Andrade Moura disse que a Cardiomed está auxiliando nas investigações repassando todas as informações solicitadas, mas que a notícia de que os insumos estavam com data de validade adulterada não procede. “É uma coisa primária que depende de muita prova a ser produzida e a defesa será feita da melhor forma”, falou.

Os policiais federais responsáveis pela operação não quiseram se manifestar.

HGP

Os materiais eram utilizados para:

Procedimentos de cateterismo cardíaco e vasculhar

Angioplastia cardíaca e vascular

Arteriografia neurológica

Implante de marca-passo

Implante de válvula de hidrocefalia DVE e DVP

Colangiongrafia (CPRE).