Cada motorista que passou pelo no semáforo do cruzamento das Avenidas Neblinas e Cônego João Lima, região Central de Araguaína, Norte do Estado, recebeu um panfleto com orientações sobre as formas de prevenção contra o vírus HIV. O Trabalho de conscientização, através de uma blitz educativa no trânsito, foi realizado hoje pela Pastoral da Aids da Igreja São José Operário do Bairro JK. “A gente trabalha desde a prevenção ao acompanhamento. É preciso intensificar este tipo de trabalho principalmente entre os jovens”, disse Maria Félix Santos, coordenadora da Pastoral.
 
Quem também fez questão de participar diretamente da ação foi o estudante Lucilan Alves de 23 anos (foto). No ano passado ele descobriu ser portador do vírus. O estudante resolveu não ser mais um paciente sem rosto. Hoje encara a doença. “Não adianta a gente se esconder. O preconceito ainda existe, infelizmente. Hoje me sinto uma pessoa mais madura e muito mais consciente ao falar do vírus, a levar orientação para jovens como eu”, disse.
 
Segundo dados do Hospital de Doenças Tropicais de Araguaína (HDT), que faz o tratamento contra o Aids, entre 2010 e 2014 foram 817 casos notificados de Aids no Tocantins. Atualmente 176 pessoas de 20 a 39 anos estão em tratamento em Araguaína. Entre a idade mais precoce, ainda no Norte do Estado, 24 portadores entre 15 e 19 anos já iniciaram o tratamento desde o ano passado. “Os jovens continuam sendo um público vulnerável. A única forma de combater esse mal é a prevenção, mas hoje o tratamento permite uma vida normal do portador”, disse a médica infectologista do HDT, Rosângela Ribeiro.
 
Um relatório do HDT mostra ainda que 23 pessoas que faziam o tratamento morreram nos últimos anos na segunda maior cidade do Estado. 313 pacientes recebem o acompanhamento só em Araguaína. 91 indivíduos têm de 35 a 49 anos e outros 22 pacientes estão na faixa etária de 50 a 64 anos. Ainda na região Norte do Estado, o município de Colinas conta 29 portadores em tratamento. “Antigamente eram três comprimidos que o paciente precisava tomar, hoje a droga foi reduzida para um comprimido. O tratamento está mais fácil”, finalizou a médica.