Os corpos da jornalista Aline Brabo e de seu bebê, Ana Julia, foram sepultados, no final da tarde de ontem, no Cemitério Jardim das Acácias, em Palmas. Ela faleceu no início da noite de terça-feira após complicações na gravidez. Ela deixou uma filha, Maria Isabela, e o esposo, o militar Júnior Brabo. Aline estava de 37 semanas e sofreu um descolamento prematuro da placenta.

O ginecologista e obstetra de Aline, Sebastião Silveira, explicou que a paciente teve a pressão monitorada durante toda a gestação e no dia 22 de fevereiro, na última consulta, tinha apresentado pressão normal, mas no limite - risco para eclampsia. Foi então receitada medicação para que não se elevasse.

O médico explicou ainda que pediu um ultrassom com doppler, que estava marcado para a manhã de terça-feira. Quando começou a passar mal na segunda-feira à noite, Aline teria dito ao marido que não iria incomodar Silveira, já que havia o exame agendado para a manhã do dia seguinte. Durante a noite, sentiu fortes dores na barriga e vomitou.

O médico relata ainda que, ao chegar ao consultório para o exame, Aline vomitou cerca de dois litros de água. “Ela já estava em pré-choque e tomando muita água, porque dá muita sede. Geralmente, o descolamento dá sinal, como dor intensa ou sangramento vaginal vivo. A placenta dela ficou totalmente solta. Foi muito violento e grave”, disse Silveira, acrescentando que isso gerou uma coagulação intravascular disseminada.

Após ser encaminhada para retirada da bebê, que já estava sem vida, no Hospital e Maternidade Cristo Rei, Aline recebeu transfusão de sangue e foi encaminhada para Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Unimed, no entanto, não resistiu e faleceu após duas paradas cardíacas.

“Se a mulher grávida sentir algum sintoma importante, como o bebê mexer menos, dor ou sangramento, precisa ligar para o seu médico. Caso não consiga contato, deve correr para o pronto-socorro para fazer uma avaliação imediata”, orientou o médico.

Natural de Cachoeira Dourada (MG), a jornalista trabalhava na assessoria de comunicação da Polícia Militar, é a quarta profissional da comunicação o Tocantins a falecer em 2017. Os outros foram: Olga Cavalcante, Iberê Barroso e Maria Arienar.