Desde a última terça-feira, o Hospital Geral de Palmas (HGP) está sem realizar cirurgias ortopédicas e neurológicas, por falta de órteses, próteses e materiais utilizados em procedimentos cirurgicos, conforme informaram funcionários da unidade que não quiseram se identificar. O motivo, segundo servidores, seria uma dívida de cerca de R$ 4 milhões que o Estado tem com a empresa Síntese Comercial Hospitalar.

De acordo com o diretor da empresa fornecedora, Frederico Aurélio Bispo, um acordo de pagamento teria sido feito com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) e que deveria ter sido cumprido no último dia 22. A empresa presta serviços para dez dos 19 hospitais públicos do Estado, sendo os principais localizados em Palmas, Araguaína, Gurupi, Paraíso do Tocantins e Porto Nacional. Segundo Aurélio Bispo, foram deixados materiais para cirurgias de urgência e emergenciais apenas no HGP e no Hospital Regional de Araguaína (HRA). “Se o pagamento não for feito até o dia 29, iremos retirar tudo”, afirmou.

Segundo ele, na última segunda-feira, foi entregue um ofício ao secretário estadual da Saúde, Luiz Antônio da Silva Ferreira, propondo um acordo de pagamento imediato de 50% da dívida referente a 2014, o equivalente a R$ 582 mil. Além disso, requisita o pagamento parcial dos débitos referentes aos últimos três anos, até o final deste ano.

 

Preocupação

O desabastecimento no HGP preocupa pacientes e familiares de pessoas que aguardam cirurgia. Essa é a situação da Maria Meris Ferreira Moraes. “Minha mãe caiu da cama, e fraturou o fêmur. Os enfermeiros deixaram claro que não tem material e, se possível, que eu procurasse uma unidade particular”, desabafou filha de Maria de Lourdes Sousa, que aguarda por atendimento cirúrgico desde o último sábado.

Indignada com a situação, a garçonete Adriana dos Anjos Santos e a pedagoga Milene Carneiro, que dividem quarto no HGP, aguardam por atendimento sem previsão. “Estou aqui há 11 dias. Além da falta de equipamentos, já houve problemas com ar-condicionado e pia entupida no centro cirúrgico, situações que vêm prorrogando as cirurgias”, relatou.

 

Sesau

Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde informou que as cirurgias estão sendo realizadas conforme a demanda, dando prioridades aos procedimentos de urgência e emergência. As cirurgias eletivas também estão sendo agendadas de acordo com as avaliações médicas.

A Sesau informou ainda que R$ 484.249,44 foram pagos na última terça-feira. Mas o diretor da empresa fornecedora dos produtos hospitalares negou que tivesse recebido qualquer tipo de pagamento.

 

Paralisação

Empresa suspende materiais utilizados em procedimentos cirúrgicos para dez dos 19 hospitais públicos por falta de pagamento da Secretaria Estadual da Saúde, equivalente a 4 milhões de reais