Cinco envolvidos no assalto à agência do Banco do Brasil de Gurupi, em junho, foram denunciadas pelo Ministério Público Estadual (MPE) à Justiça. Além de organização criminosa, os envolvidos devem responder por latrocínio, que resultou em lesão grave, furto qualificado e incêndio. As penas pedidas podem chegar a 41 anos de reclusão. 

Foram denunciados Mayllon Pereira dos Santos, vulgo Gaúcho; Marcos Miranda Pimentel, vulgo Marquinhos; Rodrigo Souza Luz, vulgo “Seu Zé”, Michel Andrade de Castro e Adriano da Silva Brandão. Dos cinco, segundo o MPE, Rodrigo e Adriano continuam foragidos. Os demais estão encontram presos temporariamente. O MPE solicitou à Justiça ainda a prisão preventiva de Mayllon, Michel e Marcos, que estão em prisão temporária justificando que a prisão preventiva é necessária para evitar a prática de novos crimes.

Quadrilha especializada

O assalto a agência do Banco do Brasil de Gurupi aterrorizou os moradores da cidade. Os bandidos tentaram afastar a presença da polícia realizando centenas de disparos para o alto. Moradores que estavam em quarteirões próximos da agência foram postos em caminhonetes e levados até o banco para servirem de escudo humano nas esquinas enquanto os bandidos colocavam explosivos no prédio.

Depois da explosão, os reféns foram obrigados a entrar na agência para retirar bolsas de dinheiro para carregamento dos veículos usados pela quadrilha. Em seguida, os reféns foram levados nas caminhonetes (em posição de escudo nas janelas e capô) para fora da cidade. Enquanto isso, policiais militares se organizavam em bloqueios nas saídas da cidade.

Um bloqueio chegou a surpreender parte do bando perto de Cariri do Tocantins. Na fuga, um caminhão-baú com R$ 5,4 milhões foi abandonado pelo grupo, assim como uma caminhonete e armas. Reféns foram liberados em estrada vicinal. Mas uma mulher que passava perto da agência foi alvo de uma bala perdida e chegou a ficar em estado grave depois de ter o pulmão perfurado.

O grupo conseguiu fugir, mas, nos dias seguintes, várias diligências foram feitas pela Polícia Civil no Tocantins e no Pará, com ajuda de policiais goianos, para localizar suspeitos de envolvimento. Pelo menos, dez suspeitos foram presos e outros quatro mortos em confronto policial. Investigações apontaram que a quadrilha teria suposta origem no nordeste, em razão do sotaque de alguns dos membros do grupo reconhecido por reféns e relatados à polícia local.