Um começo horrível no primeira etapa e o término genial no segundo tempo. A atuação ambígua do Palmeiras contra o Peñarol, nesta quarta-feira (27), em Montevidéu, terminou com vitória de virada por 3 a 2, pela Copa Libertadores, porque o técnico Eduardo Baptista conseguiu corrigir as escolhas erradas na escalação. O resultado acalmou o momento ruim e deixa o time perto das oitavas de final.

O Palmeiras ampliou a liderança no Grupo 5, com dez pontos, e precisa agora apenas de um empate nos dois próximos jogos para se classificar sem depender de outros resultados. O grande resultado no Uruguai ameniza a tristeza pela eliminação no Campeonato Paulista, no sábado, e mostra o quanto time pode reagir, mesmo quando tudo começa mal.

Baptista escalou o time titular pela primeira vez no ano com três zagueiros. No papel, o plano era se reforçar diante das jogadas aéreas. Na prática, foi um completo fracasso. O Palmeiras foi incompetente na marcação, mesmo ao se posicionar com uma linha de cinco defensores, e inofensivo no ataque. Borja atuou sozinho no setor. A bola só chegava nele nos chutões, pois não havia criação de jogadas. O time passou o primeiro tempo sem chutar a gol.

Por esse panorama, o intervalo com o placar de 2 a 0 contra foi justo. O Peñarol fez os gols, aos 12 e aos 39 minutos, em dois cruzamentos vindos do lado direito. Se no primeiro foi justificável questionar uma falta em Mina, o segundo clareou o quanto a equipe estava caótica. Os uruguaios fizeram uma linha de passe dentro de área contra uma defesa com três zagueiros.

Abatido, o Palmeiras quase levou o terceiro e teve como maior aliado o fim do primeiro tempo. Apenas a interrupção do jogo poderia deixar o time menos perdido após 45 minutos catastróficos. Não por acaso, para o segundo tempo o esquema de três zagueiros foi desfeito, com duas substituições.

As alterações e o respectivo efeito positivo deixam o treinador palmeirense em um paradoxo entre o acerto nas trocas e o erro pelas escolhas iniciais. Pelo menos, o time se salvou, com um reação avassaladora e três gols em menos de 30 minutos na etapa final.

Com Willian e Tchê Tchê em campo, o Palmeiras passou a ter saída de bola e adquiriu dinamismo no ataque. No primeiro chute a gol, aos 3, Willian marcou de voleio. O empate veio com Mina, e novamente Willian, já aos 27, virou. O 3 a 2 parecia um milagre, mas soou mais como um alerta para o treinador não voltar a alterar tanto de uma vez só a formação do time.

Confusão
Ao fim da vitória, jogadores de ambas as equipes se envolveram em uma confusão, estendida às arquibancadas do estádio Campeón del Siglo. Os uruguaios tentaram agredir Felipe Melo, que tentou se afastar do conflito. O volante foi perseguido por Mier e deu um soco no atleta do Peñarol.

Os palmeirenses não conseguiram entrar no vestiário na primeira tentativa ao fim da partida. O portão estava fechado e houve empurra-empurra com os seguranças. Imagens do canal Fox Sports mostram que Willian ficou com o rosto machucado na confusão. No corredor de acesso aos vestiários, houve mais discussão entre os jogadores das duas equipes.

Os seguranças do Palmeiras tiveram de apartar a briga e proteger o elenco até a entrada no vestiário. Após a situação se tranquilizar, os atletas do time paulista vibraram com o resultado e provocaram o time uruguaio, que está praticamente eliminado da competição.

Enquanto isso, a torcida do Peñarol invadiu a área reservada aos palmeirenses e iniciaram uma briga. Houve arremessos de lixeira e de grades em direção aos adversários.

 

FICHA TÉCNICA

PEÑAROL 2 X 3 PALMEIRAS

PEÑAROL - Guruceaga; Petryk (Rossi), Quintana, Villaba e Hernández; Silva (Angel Rodríguez), Nández, Novick (Dibble) e Cristian Rodríguez; Arias e Affonso. Técnico: Leonardo Ramos.

PALMEIRAS - Fernando Prass; Yerry Mina, Edu Dracena e Vitor Hugo (Willian); Jean, Felipe Melo, Guerra e Egídio (Tchê Tchê); Róger Guedes (Keno), Michel Bastos e Borja. Técnico: Eduardo Baptista

GOLS - Affonso, aos 12, e Arias, aos 39 minutos do primeiro tempo. Willian, aos três e 27, e Mina, aos 17 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO - Enrique Cáceres (Paraguai).

CARTÕES AMARELOS - Felipe Melo, Nández, Borja, Silva, Edu Dracena, Michel Bastos 

PÚBLICO E RENDA - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio Campeón del Siglo, em Montevidéu (Uruguai).