Com mais de 90 mil pequenos negócios no Tocantins, o Estado tem cada vez mais crescido em número de empreendedores, desde que Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas(ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), segundo dados do Sebrae Tocantins. Desse total, Araguaína conta com 11.474 e Gurupi com 6.673 pequenos negócios, mas Palmas concentra a maior parcela, sendo 27 mil pequenos negócios. Um deles é o da empresária e pedagoga, Geliziane Leal, de 33 anos, que tem um ateliê de materiais personalizados para festas há três anos.

Segundo a microempreendedora, a ideia de abrir uma empresa surgiu pela primeira vez há quatro na festa de um ano do filho, quando ela mesma confeccionou quase tudo para o aniversário. “As pessoas começaram a elogiar muito e dizer que eu deveria transformar isso em um negócio, mas até então eu nunca tinha pensado nisso, só sempre gostei de fazer esse trabalho. Eu via esse lado de professora, mas não para empreender”, lembra.

Menos de seis meses depois, Geliziane acatou a ideia e partiu para o primeiro curso na área, começando a se aperfeiçoar. “A ideia ficou mais forte no meu coração e fiquei cada vez mais encantada. Então comecei a produção, mais com os íntimos, sem divulgação, só boca-a-boca mesmo, e minha carteira de clientes foi crescendo rapidamente, hoje já tenho muitos clientes e estou precisando ampliar meu negócio”, conta a empresária.

Pela demanda cada vez mais crescente, Geliziane decidiu fazer uma reforma no ateliê na casa do seu pai para abarcar uma produção maior e diz que quer crescer cada vez mais. “Na época em que comecei, fazia mais por gostar, não era uma renda que eu realmente precisava, mas foi complementando e hoje já tenho uma pessoa que é meu braço direito, terceirizo muitos serviços, inclusive de entrega de encomenda e só quero crescer mais”, afirma.

A microempreendedora é uma dos tantos que ajudaram a tornar o Tocantins o 11º estado do País que gerou mais empregos por meio de pequenos negócios nos últimos anos. Segundo o Sebrae, o Estado registrou um crescimento de 20,4% na geração de novos postos de trabalho.

Estruturação

O confeiteiro e servidor público, José Cláudio da Silva Júnior, 36 anos, está indo pelo caminho contrário: se estruturando para então criar a própria empresa. Com mais de 40 mil seguidores no Instagram profissional, ele expõe os bolos confeitados que faz diariamente ao lado da esposa Cristiane Carlin e o que era uma atividade de lazer há três anos, vem se tornando a cada dia mais profissional.

“Eu sempre cozinhava em casa e meu irmão começou a me incentivar, dizer que eu devia colocar fotos nas redes sociais, então comecei a fazer isso e não parei mais. Nunca tive nem um cartão de visitas, só as redes sociais como ferramenta de venda”, conta.

Júnior afirma que, para conciliar trabalho formal e sua atividade, faz a produção dos bolos à noite e cedo, antes de ir para o serviço, faz a decoração. “Logo que comecei a divulgar, fui ganhando mais encomendas e comecei a me profissionalizar, fiz cursos em várias cidades, depois fui convidado para uma grande feira da área, como digital influencer de confeitaria no Tocantins. Nesse tempo fui aprendendo com o mercado, cursos, a forma como tratar os clientes também mudou, mais qualidade nos serviços, tudo melhora quando vamos estudando”, explica o confeiteiro.

Mesmo não sendo ainda um negócio formal, Júnior destaca que terceiriza alguns serviços como os topos de bolos para dar conta do recado. “Hoje temos muitas encomendas, e já estamos em um nível que precisamos de ajuda. Já teve sábado que fiz 18 bolos”, frisa.

Futuro

Com a demanda crescente do seu trabalho como confeiteiro, Júnior diz que está estudando a possibilidade de transformar em uma empresa. “Eu estou construindo a base, para futuramente pensar em uma empresa, colocar mais profissionais para trabalhar, mas ainda estamos estudando para fazer tudo certinho e não dar errado”, finaliza.

Dicas

De acordo com o gerente do Sebrae Tocantins, Ademir Whtiman, o apoio aos pequenos negócios com melhoria em gestão, inovação e produtividade com soluções contribuem para o crescimento dos empreendedores e o aumento de contratações. “Oferecemos cursos na área de gestão, consultoria de inovação que pode ajudar o microempreendor individual. O importante é procurar o Sebrae quando se formalizar para ter orientação sobre seu próprio negócio, o que pode fazer para alavancar seu negócio, principalmente o MEI que tem alguns benefícios e trabalhar de forma regular no mercado”, afirma.

Outra dica de Whtiman é a necessidade de observar as tendências do mercado. “O empreendedor precisa estar bem antenado, perceber necessidades, o que cliente está buscando, desenvolver os produtos com qualidade para ter êxito nas vendas, além do uso das redes sociais que vem crescendo e contribuindo no negócio, sempre com foco na melhoria da gestão para ter sucesso”, frisa o gestor.

Confira dados do Caged, repassados pelo Sebrae Tocantins: