O combate ao Covid-19 (novo coronavírus) já está trazendo inúmeros reflexos na economia do Estado e da Capital. Isso porque as pessoas estão em isolamento social, movimento que ganhou força após os decretos municipais orientando para os comércios serem fechados e a população evitar sair de casa.

Nesse caos todo que o mundo e o País atravessam, muitos hábitos mudaram e, entre as áreas mais afetadas estão os bares e restaurantes do Tocantins que tiveram que mudar sua rotina e investirem pesado no sistema delivery para não fecharem as portas.

O restaurante do Cleyton Neres Teixeira, localizado na Quadra 104 Norte, região central de Palmas, existe há cinco anos e a forma que encontrou de manter o estabelecimento funcionando foi apostar nas marmitex entregues por delivery. “Eu fazias uma faixa de 48 a 64 marmitas no delivery. Hoje já chega ao 180 marmitex por dia, ou seja, intensifiquei a produção. Essa foi a única maneira que encontramos de atravessar tudo isso. Infelizmente vai haver um grande colapsos em todas as áreas com essa crise. Eu mesmo terei que dar férias pra metade da equipe,  mesmo com o aumento das vendas por delivery”.

Ele ainda destaca que mesmo apostando nas entregas por aplicativos, o seu comércio não está imune dos prejuízos acarretados pela crise da pandemia. Teixeira estima que o lucro no restaurante poderá cair até 27%. “Mas no momento essas entregas é a melhor opção para que a empresa fique em pé”.

“Sempre tive o costume de pedir delivery. Tem dias que bate aquela preguiça e ninguém quer ir pra cozinha, mas nessa época de quarentena, que já estamos isolados em casa, vendo as mesmas pessoas, é bacana variar o cardápio”, conta a estudante Juliana Santos Dornelas, 23 anos.

Ela também diz que pelo fato de ter avós idosos, está tomando todo cuidado para se prevenir da doença, principalmente na hora de manusear os alimentos. “E acaba que pedir comida é também uma forma de ajudamos a roda da economia a não ficar parada e aos segmento de restaurantes faturarem durante o isolamento”.

Aplicativos

Apesar de alguns restaurantes terem seguido esse exemplo na Capital, o diretor de marketing de um aplicativo de delivery em Palmas, Daniel Bueno conta que nas ultimas semanas, a empresa  teve um crescimento de aproximadamente  35% em relação a ultima quinzena do mês de fevereiro, porém, o crescimento foi abaixo do esperado. “Esperávamos um março aquecido em nosso setor, porém a crise pegou a todos de surpresa. Apesar do relevante crescimento, nos preparamos para conseguir atender a uma demanda até três vezes maior do que estávamos acostumados, porém ela não aconteceu”, diz.

Bueno ainda aponta que o consumidor que estava acostumado a sair de casa e comer nos restaurantes, por exemplo, fez compras no supermercado, estocou comida e tem feito suas próprias refeições em casa. “Com isso os estabelecimentos que tiveram suas portas fechadas devido a regulamentações governamentais se frustraram bastante, pois esperavam que a demanda do "balcão" iria para o delivery, fato que não ocorreu”.

Cuidados Covid

Para atravessa o momento com precaução, o diretor conta que o setor já possuía diversos cuidados com a higienização dos alimentos, mas agora esse fator aumento na empresa. “Como todos nós sabemos que a Covid-19 é altamente contagiosa, por isso, adotamos as práticas preconizadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como higienização constante das mãos, tanto dos entregadores como dos colaboradores internos, além de rotinas de limpeza de setup`s eletrônicos com maior frequência”.

Além disso, ele conta que informativos internos foram espalhados em todas as unidades da empresa, que existe em diversos lugares do Estado, além de treinamento e kit de higienização para os entregadores.

Hoje a empresa tem cerca de 100 funcionários diretos em todo o Brasil, porém mais de 800 entregadores cadastrados na plataforma. “Na cidade de Palmas, por exemplo, foram convocados na ultima semana cerca de 50 entregadores para atender a possível demanda”, relata.