A saída de Joaquim Levy da pasta não agradou aos investidores, uma vez que ele era defensor das medidas de ajuste fiscal necessárias para que o país consiga voltar a ter as contas públicas sob controle.

Às 12h40 (de Brasília) desta segunda-feira (21), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,90%, para R$ 3,975 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subia 0,65%, também a R$ 3,975. Ambas as cotações atingiram máximas na casa de R$ 3,99 na sessão.

O Banco Central deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 546,7 milhões.

No mercado de juros futuros, os contratos operavam em alta na BM&FBovespa, às 12h40. O DI para fevereiro de 2016 subia de 14,269% a 14,270%, enquanto o DI para julho de 2016 avançava de 15,135% a 15,210%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,410%, ante 16,330% na sessão anterior.

"O novo ministro da Fazenda tenta passar discurso de continuidade dos ajustes fiscais. De qualquer forma, não parece convencer os investidores", disse o estrategista da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira, em relatório.

À frente da Fazenda, Nelson Barbosa, que deixou o ministério do Planejamento, deve ceder a pressões do PT (Partido dos Trabalhadores), segundo Pereira.

"Acredita-se que, diante do contexto atual, Barbosa possa dar uma guinada em direção ao que ficou rotulado como 'Nova Matriz Econômica' [juro baixo e maior gasto público], ainda que ele recuse falar destes termos", afirmou o estrategista. Seria uma tentativa de resgate da popularidade do governo Dilma Rousseff.

BOLSA

O principal índice da Bolsa brasileira operava perto da estabilidade, após a forte perda de quase 3% registrada na sessão anterior, guiada por rumores sobre a troca de comando na Fazenda. Às 12h40, o Ibovespa caía 0,06%, para 43.885 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,1 bilhão.

O desempenho do índice era pressionado pela desvalorização de 1,56% das ações preferenciais da Petrobras, mais negociadas e sem direito a voto, para R$ 6,91 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, cediam 1,15%, a R$ 8,56.

Os bancos também empurravam o Ibovespa para baixo. Este é o setor com a maior participação dentro do índice. Operavam no vermelho o Itaú (-0,59%), o Bradesco (-1,37%), o Banco do Brasil (-3,63%) e o Santander (-1,34%).