A dívida bruta do governo caiu pelo segundo mês consecutivo e foi a 86,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em abril, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (31). Em relação a março, houve redução de 2,2 pontos percentuais no endividamento público.

De acordo com a autoridade monetária, a queda se deu principalmente por causa do aumento do PIB nominal (em reais), que contribuiu em 1,5 ponto percentual. A valorização do Real no mês reduziu a dívida em 0,3 ponto.

Além disso, houve mais resgates que emissões de títulos para financiamento da dívida no período, que puxou o endividamento 0,8 ponto para baixo.

Ao todo, a dívida bruta somou R$ 6,72 trilhões em abril.

A dívida registrou crescimentos expressivos por mês desde o início da pandemia. Depois da chegada do vírus ao país, o governo teve de gastar mais em programas emergenciais, como o auxílio emergencial e linhas de crédito para empresas.

Em fevereiro deste ano, o endividamento alcançou 89,9% do PIB, maior percentual da série histórica iniciada em 2006.

A dívida líquida, que desconta os ativos do governo, também registrou queda de 0,6 ponto percentual em abril e chegou a 60,5% do PIB. Segundo o BC, o crescimento da atividade econômica contribuiu em 1 ponto e o resultado positivo nas contas públicas reduziu o montante em 0,4 ponto.

No período, o governo ajustou a cesta de moedas estrangeiras que compõem a dívida externa líquida, o que contribuiu em 0,1 ponto percentual na queda.

Em contrapartida, a valorização cambial puxou a dívida 1 ponto percentual para cima. Quando o dólar cai, há elevação no valor da dívida líquida em reais porque são descontadas as reservas internacionais, mensuradas em moeda americana.

Pela metodologia do BC, o setor público registrou superávit primário de R$ 24,3 bilhões em abril. No acumulado do ano, as contas públicas tiveram resultado positivo de R$ 75,8 bilhões.

O resultado primário indica a capacidade do governo de pagar as contas, excluindo os encargos da dívida pública. Se as receitas são maiores que as despesas, há superavit. Caso contrário, há deficit.

O resultado nominal, que inclui o custo da dívida, foi superavitário em R$ 30 bilhões no mês.